Cerca de 200 manifestantes, organizados pelo Movimento Contra a Corrupção - composto pela CUT e demais centrais sindicais, partidos políticos, movimentos estudantil e social -, realizaram nessa terça-feira (16) mais um ato reivindicando a saída imediata do governador do DF, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Octávio.
A atividade teve início na rodoviária do Plano Piloto, onde foi realizada uma panfletagem que esclarecia a população sobre o atual cenário da capital federal e convidava a sociedade a se unir nas ações pelo impeachment do governador.
De lá, o grupo ocupou três das seis faixas do Eixo Monumental e desceu em marcha até árvore de Natal que fica no centro da Esplanada, onde fizeram um abraço simbólico na obra do governo, inaugurada na noite de terça-feira. “Aqui representamos que o DF é da população”, explicou o secretário de Políticas Sociais da CUT-DF, Ismael José César.
Após a ação, já à noite, os manifestantes voltaram a ocupar as três faixas do Eixo Monumental e caminharam até o Palácio do Buriti. A recepção do local foi feita por um grupo de, pelo menos, 100 policiais militares, que se posicionaram em frente ao Palácio.
Pacificamente, o grupo acendeu velas e cantou em coro vários gritos que reivindicavam o fim da corrupção no DF. Enquanto isso, os motoristas que passavam pelo local buzinavam em apoio a ação.
Para Ismael César, o Movimento Contra a Corrupção já garantiu vitória. “Só o fato de o DEM ter expulsado Arruda já é um grande avanço. A direção do partido só tomou essa decisão por causa da pressão da sociedade”, afirmou. Entretanto, o sindicalista avalia que o passo ainda é insuficiente. “Queremos a saída imediata de Arruda e Paulo Octávio e a cassação de todos os parlamentares”, disse.
Arruda, Paulo Octávio, dez parlamentares da base aliada, empresários e assessores são acusados de participar de um esquema de propina em troca de apoio político. As imagens dos repasses de dinheiro foram cedidas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, em troca da redução de pena pelos mais de 30 processos judiciais em seu nome. A Polícia Federal começou a investigar o caso no dia 27 de novembro, com a operação que recebeu o nome de Caixa de Pandora.